quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Neymar ficou no Santos por uma remuneração mensal que pode chegar a R$ 1 milhão ou por amor ao clube?



Poucas negociações envolvendo um jogador de futebol foram tão noticiadas nos últimos tempos como a do jovem craque Neymar, o dono da camisa 11 do Santos. O clube inglês Chelsea chegou a oferecer 30 milhões de euros pelo passe do atleta, salário mensal de 290 mil euros e prêmios de 300 mil euros a cada 20 jogos completados. O Santos e o próprio Neymar, ao contrário do que reza a lógica dos negócios no mundo do futebol, disseram não.

O “Dia do Fico” de Neymar foi noticiado com uma certa dose de ufanismo. “O ‘amor à camisa’ falou mais alto”, diziam alguns comentaristas esportivos. “O Santos segurou a sua joia mais preciosa”, afirmavam outros.

Nem uma coisa nem outra. O “amor à camisa” de Neymar pode chegar a uma remuneração mensal de R$ 1 milhão, entre salário e contratos de imagem, oferecidos pelo Santos. O clube, por sua vez, segurou o atleta porque não conseguiu fazer com que o Chelsea elevasse a proposta para onde queria. Mais: sabe que ele poderá valer muito mais dentro de alguns anos.

Não é preciso voltar muito no tempo para entender as reais pretensões do Santos. Em 2004, Robinho, a prata da casa santista, fazia sucesso e já era assediado por clubes do mundo inteiro. Na época, o português Benfica ofereceu 10 milhões de euros e o Santos não cedeu.

Logo depois veio o time holandês PSV Eindhoven e botou 20 milhões de euros na mesa. Novamente, o Santos rechaçou. No fim das contas, acertou com o Real Madrid por 24,5 milhões de euros. A tática de negociação dos dirigentes é a mesma adotada por executivos e empresários quando estão tratando de um bem precioso: agregar valor a seu produto e mostrar desinteresse até atingir suas metas.

A recente queda de braço entre a Portugal Telecom e a Telefônica por uma fatia de 50% da PT na Brasilcel, companhia que controla a operadora Vivo, é o exemplo mais concreto. A Telefônica começou oferecendo 5,7 bilhões de euros, em maio.
Diante da negativa dos portugueses, aumentou para 6,5 bilhões de euros em junho, ainda elevou para 7,15 bilhões de euros e acabou pagando 7,5 bilhões de euros em julho. Fez isso porque a Vivo era fundamental para os seus negócios e a empresa tinha se valorizado.

O Santos pretende fazer o mesmo com Neymar, um ativo com grande potencial de valorização. O Chelsea começou oferecendo 20 milhões de euros, subiu para 30 milhões de euros e não topou pagar a multa de 35 milhões de euros. O clube brasileiro correu para renovar o contrato e aumentou a multa de rescisão para 45 milhões de euros.

A estratégia agora é esperar o investimento maturar. Neymar tem apenas 18 anos de idade, é autor de lances geniais com a bola nos pés e deverá jogar os Jogos Olímpicos de Londres, em 2012, pela Seleção Brasileira.

Para expor seu craque no mercado europeu, a vitrine do futebol mundial, o Santos vai contratar uma assessoria de imprensa internacional. Dessa forma, poderá mostrar os lances irreverentes para o restante do mundo e fazer com que o valor de seu passe suba cada vez mais.

Os mais ambiciosos dizem que a meta é fazer com que Neymar seja eleito o melhor jogador do mundo atuando no Brasil – uma façanha inédita. Para que tudo isso? “Não aceito negociá-lo mesmo que cheguem com US$ 1 trilhão”, disse Luis Álvaro de Oliveira Ribeiro, o presidente do clube. Ah, tá

Editorial Businessfut

Nenhum comentário:

Postar um comentário