sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Rompimentos na Europa renderam fortunas aos clubes


O futebol europeu nunca viveu um racha como o que se desenha no Brasil. Inglaterra e Itália foram os que mais se aproximaram da situação vivida por aqui. O primeiro caso marcou a fundação da Premier League, que, em poucos anos, tornou-se a principal liga nacional do mundo.

Insatisfeitos com o inaproveitado potencial de receitas, os 20 participantes da Primeira Divisão inglesa fundaram uma nova liga. De cara, fecharam contrato recorde referente à venda coletiva dos direitos de transmissão – o que, por tabela, impulsionou o faturamento dos clubes. Hoje, as cotas anuais de TV da Premier League totalizam 600 milhões de libras (R$ 1,63 bilhão).

O desenvolvimento técnico do campeonato também foi notável, graças ao equilíbrio na divisão das receitas televisivas. Na temporada 2009/10, por exemplo, o Manchester United foi o que mais faturou: 58,2 milhões de euros (R$ 134 milhões). O valor é apenas 66% maior do que o recebido pelo Middlesbrough, lanterninha na lista. A diferença é mínima, perto dos quase 1.200% registrados no Espanhol.


O caso virou referência na Europa. Posteriormente, diversos países adotaram o modelo, ainda que abrangendo divisões inferiores, como é o caso da Alemanha e da França. A Itália decidiu segui-lo apenas em 2009, para o biênio 2010/2012.

Até 1999, os direitos televisivos eram negociados coletivamente. Juventus, Milan, Internazionale e Roma decidiram, então, romper com os demais clubes, em busca de maiores contratos individuais. Desde então, vinham sendo pressionados pelos rivais para retomarem a fórmula antiga. Em 2009, os grandes cederam.

Para chegar a acordo, no entanto, exigiram a formação de uma nova liga, apenas com os clubes da Primeira Divisão. Juve, Roma, Inter e Milan perderam receitas, mas acabaram por valorizar os direitos de TV do Italiano. O biênio 2010/2012 renderá 1,149 bilhão de euros (R$ 2,65 bilhões) – um recorde no país.

Porém, tanto na Inglaterra como na Itália, a decisão de formar um grupo reuniu os principais clubes. Além disso, a estrutura da Primeira Divisão foi mantida, o que facilitou a negociação dos direitos. No Brasil, a situação é outra
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Por Julio Velasco e Gean Falco

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