segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010
Portugal cogita demolir arenas
Uma declaração do ex-ministro da economia de Portugal na última segunda-feira levantou uma grande discussão sobre o futuro dos estádios construídos para a Eurocopa de 2004 no país europeu.
"É muito complicado lidar com as dívidas de algo que não cria riqueza nem representa um bem público", afirmou Augusto Mateus, em entrevista à rede de notícias Bloomberg.
O economista se referia aos estádios de Braga, Coimbra, Leiria, Aveiro e Faro/Loulé. Todos eles tiveram suas construções bancadas, em grande parte, pelos municípios, que agora não têm condições de pagar pela manutenção dos estádios. Por ano, os municípios gastam em torno de 13 milhões de euros entre pagamento de dívidas adquiridas para a construção dos estádios e sua respectiva manutenção.
A situação mais delicada é do estádio de Aveiro, utilizado pelo time do Beira-Mar. O clube, que está na Segunda Divisão de Portugal, não leva mais do que três mil torcedores ao estádio. Em outubro passado, o conselho municipal já havia cogitado a hipótese de demolir a arena, que teve em 2009 apenas 5% de sua capacidade de 30 mil pessoas ocupada.
O caso emblemático segue a ser o estádio de Braga. Construído em meio a uma pedreira, a arena ganhou diversos prêmios de arquitetura e se transformou em cartão-postal da cidade, tendo inclusive assegurado a venda de naming rights para a empresa local Axa. Em razão disso, a prefeitura continua a investir cerca de cinco milhões de euros ao ano para manter o estádio, que em 2009 teve média de 40% de ocupação.
As únicas exceções nos estádios portugueses são a Nova Luz, o Dragão e o Alvalade Século 21, estádios utilizados, respectivamente, por Benfica, Porto e Sporting. Bancados em sua maior parte pelos clubes, essas arenas têm boas taxas de ocupação e dão retorno aos clubes.
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