domingo, 16 de janeiro de 2011

Relatório da UEFA preocupa Principais clubes europeus


A Uefa publicou nesta semana seu terceiro relatório de desempenho do licenciamento de clubes e informou que mais da metade das principais equipes européias tiveram perdas em 2010, embora o documento informe que as receitas do futebol seguem em progressão.

Outro dado importante revelado no relatório é que a presença de público na maioria dos campeonatos nacionais se manteve estável ou diminuiu ligeiramente.

Elaborado com os resultados financeiros de 664 equipes, o que representa 90% dos times do primeiro escalão, o relatório sobre os parâmetros das licenças de clubes reflete os problemas que teriam muitas entidades se atualmente tivessem que cumprir o chamado Fair Play Financeiro.

A medida elaborada pela Uefa determina que, a partir de 2012, clubes que, na média das três temporadas anteriores, tiverem despesas maiores que as receitas não poderão disputar as competições continentais.

As receitas dos clubes das primeiras divisões em 2009 aumentaram 4,8% e alcançaram um recorde de 11,7 bilhões de euros, apesar de, segundo o relatório, "sejam observados vários sinais de dificuldade financeira, como o crescimento em 9,3% dos custos".


Para a Uefa, esse dado "impactou de forma severa a rentabilidade dos clubes e contribuiu para um registro total de perdas líquidas de 1,179 bilhão de euros, quase o dobro que em 2008".

O dossiê reflete também que 28% dos clubes apresentou relatórios de grandes perdas equivalentes à despesa de R$ 26 para cada R$ 22 ingressados e que "mais de um em cada oito dos auditores dos clubes manifestaram dúvidas sobre a possibilidade de os mesmos sobreviverem a esse ritmo de prejuízos".

Os salários dos jogadores representam os maiores custos para os clubes, e as transferências diminuíram como conseqüência da falta de liquidez, o que aumentou as dificuldades financeiras de muitos que tradicionalmente são exportadores de jogadores, como as equipes francesas, holandesas e portuguesas.

O relatório assinala também que os investimentos nas categorias de base seguem sendo baixos e que os principais clubes optam antes por contratar atletas com experiência e com altos salários, e que preferem contratar jogadores formados em outros clubes.


Por Julio Velasco, Michael Ginobili e Murilo Girardelli

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