segunda-feira, 23 de agosto de 2010
Futebol russo luta por espaço entre gigantes europeus
O Rubin Kazan (RUS) deverá anunciar nesta segunda-feira a contratação de Carlos Eduardo, do Hoffenheim (ALE), em uma transação de cerca de 30 milhões de euros (R$ 67,2 milhões). O negócio poderia ser visto como arriscado para o talentoso meia, que mudará para uma liga inferior justamente quando está em alta na Seleção. O cenário, no entanto, mudou. Empurrado por milionários donos de clubes, o futebol russo se aproxima cada vez mais dos badalados campeonatos europeus. O caminho é longo, mas os números são animadores.
– Hoje, o Campeonato Russo é visto no mundo todo. São os únicos que ainda conseguem fazer grandes contratações, há muito dinheiro para investimentos. Tem de acabar essa demagogia de que o jogador vai ficar esquecido na Rússia – afirmou Jorge Machado, empresário de Carlos Eduardo.
Os seis principais clubes do país – Zenit, Dínamo de Moscou, Spartak Moscou, Rubin, Lokomotiv e CSKA – investiram, juntos, 98,9 milhões de euros (R$ 221,5 milhões) em reforços para a temporada. Valor, por exemplo, próximo do que as elites francesa e alemã gastaram para contratar (R$ 232,3 milhões e R$ 240,5 milhões, respectivamente) no mesmo período.
Novos astros da Rússia
Bruno Alves
Cogitado para atuar na Inglaterra e na Espanha, o zagueiro trocou o Porto (POR) pelo Zenit por 22 milhões de euros (R$ 49,3 milhões). Até o momento, é a maior transação do país em 2010.
Bukharov
O habilidoso meia era visto como uma grande promessa do Manchester United (ING), mas, sem espaço, acabou negociado com o CSKA Moscou por 9,5 milhões de euros (R$ 21,3 milhões).
Pareja
O Zenit desembolsou 12 milhões de euros (R$ 26,9 milhões) pelo atacante grandalhão, que estava no Rubin. Na temporada passada, foram 16 gols marcados em 23 partidas no Russo.
Tosic
Um dos destaques da Argentina na conquista do ouro olímpico em 2008, o zagueiro fez com que o Spartak Moscou pagasse 12 milhões de euros (R$ 26,9 milhões) para tirá-lo do Espanyol (ESP).
O Zenit desponta como principal força do país. Em 2010, só desembolsou menos do que Manchester City (ING), Real Madrid (ESP), Juventus (ITA) e Barcelona (ESP) para se reforçar: 43 milhões de euros (R$ 96,3 milhões). Os altos investimentos têm dado frutos, com as inéditas conquistas da Copa Uefa (2008) e do título russo (2007).
Para esta temporada, os objetivos são ambiciosos. Contratado em dezembro passado, o experiente técnico Luciano Spaletti terá a missão de conquistar a Copa da Rússia e o campeonato nacional, além de chegar à segunda fase da Liga dos Campeões. Destes, o primeiro já foi alcançado. O segundo está encaminhado, já que o Zenit lidera com folga a competição.
Outros clubes, no entanto, também vêm alcançando resultados expressivos. Na Liga dos Campeões passada, o Rubin Kazan caiu na primeira fase, mas chegou a derrotar o badalado Barcelona no Camp Nou. Já o CSKA foi às quartas de final, sendo eliminado apenas pela campeã Internazionale (ITA).
Nos quesitos verba e futebol, os russos caminham bem. Porém, precisam investir em outros pontos, ligados, principalmente, às estruturas de clubes e estádios. Ainda assim, a confiança é grande na consolidação da liga local.
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